Sempre atenta às tendências mais supremacistas do mercado, a equipe da Arcaico Pan vem a público para anunciar que está estudando compor um time de colunistas que é de tocar fogo no Reichstag (e depois culpar os comunistas). O selo Arcaico Nasi ainda está em fase de pré-produção, já que existe certo receio no corpo editorial com relação a perder patrocinadores que discordam do célebre adágio latino “quanto mais pala, menos pala”. “A boa notícia é que o pessoal do marketing está negociando com marcas de apitos para cachorro, um mercado relativamente novo por aqui”, relata o ex-secretário da cultura, ex-cosplayer daquele cara do Reichsministerium für Volksaufklärung und Propaganda e editor-chefe prospectivo do selo Arcaico Nasi.
A proposta de linha editorial do selo é a de discutir problemas especificamente brazistas, como o extremismo bolchevique do lulopetismo, responsável por catástrofes como a invenção da luta de classes e o entupimento de encanamentos com dólares desviados pela Petrobrás. Há também a questão do monopólio judaico de todas as posições de poder, mas essa pode causar mais polêmica entre aqueles liberais mais acovardados, dotados de polegares opositores para segurar talheres e informações privilegiadas sobre dinheiro público e projetos de privatização.
“Também vemos com muita preocupação o cerceamento do espaço para comentaristas políticos esquizofrênicos e imbecis, o que é uma clara afronta à liberdade de expressão”, argumenta o ex-cosplayer, que continua: “trata-se de um desrespeito à nossa primeira emenda. Por que na Folha de São Paulo não tem mais gente como o Leandro Narloch, o Joel Pinheiro, o Hélio Beltrão, o Demétrio Magnoli, o Luiz Felipe Pondé? Do Estadão nem se fala, já há vários anos que não defendem abertamente gente de bem como o Adolfo e o Benito. Daqui a pouco vão fazer o que, ver defeito na Jim Crow?” E ele não para: “Estamos cansados de só sermos valorizados na hora de fazer o trabalho sujo desse pessoal alfabetizado. Quando vai tudo bem é Sieg Heil pra cima e pra baixo, mas na hora que a coisa aperta todo mundo finge que não conhece o nosso pessoal e saem inventando que nazismo é de esquerda. Cadê a ponta da praia?”
Em resposta a esse clima de censura generalizada que já prenuncia a ditadura comunista e extremista de Lula e seus asseclas, é necessário preparar o triunfo da vontade. E é por isso que nós da AP estamos testando as águas para o selo Arcaico Nasi, em busca de colunistas sem papas na língua e com disposição para articular uma solução final para os problemas da nação. “Arbeit macht frei”, afirmou a comentarista política Leni Riefenstahl, em referência à sabedoria de placas de moral e localização ilibadas. “Estamos pensando em oferecer um espaço para aquele ex-BBB recentemente demitido e o assessor especial olavista, um projeto inovador, de merda sincronizada com mímica supremacista. Outra ideia que apareceu é fazer uma NFT da suástica, mas só porque é um símbolo budista”.
“Não existe nazismo estrutural”, conclui um podcaster com apelido de marca que já deve ter lançado nota de repúdio contra sua associação a um comentário que pode ter sido interpretado como preconceituoso, mas talvez não seja bem assim e a gente tem que ouvir os dois lados, né? “Não é que eu necessariamente odeie pretos e judeus – eu só quero o direito de poder odiar essa gente em paz. Qual o problema?”, nossa aquisição potencial seguiu dizendo em meio ao barulho inexplicável de um velotrol movido a hidromel, para enfim acrescentar, em um inesperado (e suspeito!) aceno à diversidade: “Ah, tenho nojo de pobre também”.
Interessados em compor nossa equipe podem enviar fotos de cruzes pegando fogo em quintais alheios ou referências óbvias demais à noite dos cristais para arcaiconasi@ivreich.com.
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